Acumulação de capital como efeito agravante da crise - por Thiago Nakai
- Thiago Nakai
- 5 de jul. de 2018
- 2 min de leitura

A acumulação de capital exclui do setor de consumo, aqueles que não tem os meios de produção e apenas tem a força de trabalho.
Ok! Vou tentar ser didático!
Se o Abreu é dono de 1000 hectares de terra e o Zé, o João e o Pedro são seus empregados, quem é que consome no setor de serviços?
Apenas o Abreu.
Quem estuda na escola particular? O filho do Abreu.
Quem tem convênio? Abreu e sua família.
Quem faz consome no mercado?
Abreu e família.
Quem vai ao restaurante?
Abreu e família.
Agora, siga o raciocino!
Se o Abreu tem 250 hectares, o João tem 250, o Pedro tem 250 e o Zé 250, são 4 pessoas que vão consumir no setor de serviços, aliás, eles e suas respectivas famílias.
Isso é distribuição de renda, de terra, de lucros e dividendos e política cooperativa solidária.
Se todos estão bem, o setor de serviços explode com uma fatia enorme da sociedade com poder de consumo. O capítulo do “Milagrinho”, citado no livro da Laura Carvalho, trata exatamente disso, nos anos 2003-4, na era Lula.
Mas é uma pena que a ideologia da acumulação de capital e concentração de renda seja tão tentadora pra alguns capitalistas, e isso tem consequências horrorosas para o restante da base da pirâmide, em casos de recessão, onde o setor de consumos despenca drasticamente, o desemprego aumenta, como consequência a taxa de criminalidade, o índice de alunos matriculados, os trabalhos informais e o aumento dos preços dos produtos, devido a questão da lei de oferta e procura, sem falar nos juros, onde o Brasil lidera o ranking.
Eu fico triste quando escuto alguém arrotar bem alto, “Meu pai tem X hectares de terra!”, fico pensando, daria pra tanta gente sair da miséria com esse lucro que morre todo em Orlando na Disney.
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