UMA VELHA ESTÓRIA ATUALIZADA
- Rubem Gonzalez
- 2 de jun. de 2018
- 3 min de leitura
Era uma vez, como é comum nesse tipo de conto,um sábio chinês e seu discípulo. Estavam eles fazendo o que sábios e discípulos fazem em todos esses contos, ou seja; bisbilhotando a vida de todo mundo e apurriinhando mais os outros que testemunha de Jeová em manhã de domingo.
Nessa vagabundice disfarçada de dedicação um dia eles avistaram um casebre todo fudido onde viviam um casal três filhos e uma vaca magricela, daquelas de música do balão mágico, sem querer me antecipar a estória mas eu aposto que vai sobrar para essa vaca, mas cotinuemos...
No melhor estilo intrujão e já se metendo onde não foi chamado o sábio perguntou como conseguiam sobreviver na pobreza e longe de tudo.
– O senhor vê aquela vaca ? – disse o homem, mas magro que a magra vaca. Dela tiramos todo o sustento. Ela nos dá leite que bebemos e transformamos em queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos por outros alimentos, em suma: Uma exploração do caralho no pobre anima.
O sábio intrujão agradeceu e partiu com o discípulo. Nem bem fizeram a primeira curva, chamou o pivete desocupado que o acompanhava e mandou na lata:
– Ô Talarico, Volta lá na casa daquela renca de preguiçoso, pegue aquela vaca que mais parece um serrote, leva ela pra beira de um barranco, enfia o cacete nela e joga aquele feixe de ossos com pele pelo precipício abaixo.
Na história original o discípulo ficou incrédulo e cheio de pudores com a ordem do mestre, mas como na minha história os personagens são da periferia do rio de janeiro e da baixada o moleque perguntou se não podia tirar o atraso com a vaquinha antes de enfiar ela barranco abaixo.
O mestre disse que não, era só pra empurrar a porra da vaca pirambeira abaixo e que ele se contentasse com uma punheta, sendo assim e no melhor estilo tropa de elite onde missão dada é missão cumprida em cinco minutos a vaca adentrava o céu dos ruminantes.
Desse momento em diante pelo visto a família dona da vaca passava a tomar no toba em dez posições diferentes, um verdadeiro kama sutra famélico tomou conta da família desprovida da vaquinha magricela.
Alguns anos se passaram e mesmo ficando cinco anos na Febem o discípulo do mestre ainda tinha remorso da tremenda putaria que o velhinho filha da puta tinha aprontado pra família, quando saiu da cana resolveu visitar o pessoal naquela quebrada e ver no que deu o desastre do grupo 25 na vida deles.
Ele tava cheio de remorso, tava a fim de pedir desculpas, colocar toda a bronca nas costas daquele velho filho da puta, que depois ele descobriu que era vietnamita, nem chinês o filho da puta era, não tava a fim de segurar o delito sozinho.
Mas quando chegou nas quebradas tomou logo um susto, casa com piscina, amarok, hillux e uma porrada de moto zerada na porta da caxanga, corda de ouro adoidado, cheio de gostosa e uma saveiro com mais de 200 mil de som tocando um proibidão na porta.
O dimenor olhou pra cara do maluco com uma corda de um kg no pescoço e reconheceu ele de prima, e foi logo na lata: kolé mermão, como é que vocês discolaram essa grana toda, de onde saiu essas paradas?
O Manolo logo foi dando a letra: Pô mano, a gente tinha aquela vaca magrela da porra, a gente vivia na maior merda, aí ela caiu no barranco, morreu e aí tivemos que partir pra outras paradas, tivemos que ensinar o sapo a pular e a cobra a rastejar.
Eu por exemplo passei a explodir caixa eletrônico, a mulher é mula do tráfico internacional e as crianças trabalham com ela, agora tou montando uma destilaria de cocaína aqui no sítio, se quiser tem uma vaga pra ti..
Moral da história : às vezes é preciso perder no presente para ganhar mais adiante. É na adversidade que exercitamos nossa criatividade e engendramos soluções para os problemas da vida. Muitas vezes é preciso sair da acomodação, criar novas idéias e trabalhar com amor e determinação para colhermos os frutos da prosperidade.

Grande mestre kkkkkk
Hahahá...... mijei-me de rir aqui.... KKKKK